domingo, 11 de março de 2012

O constrangedor fim de carreira de Roberto Carlos na Rússia. Já que não queria parar, Guus Hiddink parou por ele…


Roberto Carlos foi o melhor lateral esquerdo brasileiro.

Sua versatilidade e força física descomunal desbancaram ídolos eternos.

Nilton Santos, Marinho Chagas e Júnior não tiveram carreira como a dele.

O ex-boia-fria, cortador de cana em Araras ganhou o mundo.

Saiu do União São João para dois anos no Palmeiras da Parmalat.

De lá para a Inter de Milão.

Passou onze anos no Real Madrid.

Dois no Fenerbhace.

Um no Corinthians.

E foi para o Anzhi.

Em meio a essas trocas de clubes fez uma carreira brilhante na Seleção Brasileira.

Ganhou Copa do Mundo, Copa América, Copa das Confederações.

Foram incríveis 17 anos servindo a seleção.

Para quem gosta de detalhes: 148 jogos.

Ou nada menos do que 13.230 minutos em campo com a camisa amarela.

Foi escolhido como segundo melhor jogador do mundo em 1997.

Só perdeu para Ronaldo, no auge.

Saiu por baixo, na polêmica derrota contra a França, na eliminação da Copa de 2006.

Muita gente ainda não o perdoa por estar arrumando as meias no gol francês.

Mas Roberto Carlos está milionário.

Tem uma sofisticada grife de roupas.

Usa brincos e anéis de brilhantes em todas as situações.

Daria inveja a Elizabeth Taylor...

Investe em automobilismo, cantor sertanejo e de pagode.

É pai de oito filhos.

Tem na vaidade uma característica marcante.

Nunca imaginou que teria um final de carreira tão feio, humilhante até.

Não pensou que seria descartado do Anzhi de maneira tão fácil.

Quando o bilionário Suleyman Kerimov mandou contratá-lo...

O lateral não pensou duas vezes em deixar o Corinthians.

Não teve vergonha de sair pela porta dos fundos.

Teve um desentendimento com Tite e não jogou a fatídica partida contra o Tolima.

O jogo que garantiu a eliminação da pré-Libertadores de 2011.

Roberto Carlos tinha a proposta milionária russa.

Não suportou as ameaças de agressão feitas por torcedores organizados.

Conversou muito com Ronaldo, que também foi ameaçado.

E ambos resolveram parar de jogar pelo Corinthians.

O atacante encerrou sua carreira.

E o lateral foi à Rússia sem se despedir de ninguém.

Saiu profundamente magoado com o clube do Parque São Jorge.

Pensou que teria um final de carreira sossegado.

Mas não poderia imaginar que o clube russo estava em ebulição.

Suleyman Kerimov resolveu transformar o time em um dos mais poderosos da Europa.

Sua fortuna é calculada em cerca de 6 bilhões de dólares.

Bilhões...

E decidiu que além de comprar jogadores como Roberto Carlos, Jucilei e Eto'o...

Precisava de um treinador de verdade.

Felipão teve uma excelente proposta.

Mas, traumatizado pelo exílio no Uzbequistão, disse não.

O holandês Guus Hiddink foi contratado.

Nômade, já levou seu país e a Coreia do Sul ao quarto lugar em Copas do Mundo.

Foi campeão do Mundo com o Real Madrid.

Classificou a Austrália para um Mundial depois de 32 anos.

Treinou também a Rússia, Turquia.

PSV, Real Madrid, Chelsea entre vários outros.

Chegou ao Anzhi com salários milionários e a missão de montar um time competitivo.

E a sua mira caiu em Roberto Carlos.

Percebeu que, a um mês de completar 39 anos, o lateral não tem mais condições de ser um jogador de alto nível.

Não de uma equipe que sonha em disputar para ganhar as principais competições da Europa.

No Corinthians, ele já havia mostrado sua decadência física e técnica.

Mas seu currículo impressionante travava Tite, que desejou mas não tinha como deixá-lo na reserva.

Sabia que seria um caos no Parque São Jorge.

Não colocou e se arrependeu.

Mas como o holandês Guus Hiddink foi diferente.

Com total autonomia, o treinador percebeu que o brasileiro não servia mais.

E simplesmente o tirou da lista dos jogadores inscritos pelo Anzhi.

Não vai nem disputar o fraco campeonato russo.

Simples assim.

Guus Hiddink fez o que Tite sonhava.

E não teve o menor problema.

Com mais cinco anos de contrato, a solução foi transformar o brasileiro em diretor do clube.

De uma hora para outro, o Anzhi resolveu encerrar a carreira de Roberto Carlos.

Nada de jogo festivo pelo Santos, seu alegado time do coração.

E paixão do pai.

Muito menos no Palmeiras ou Corinthians.

Constrangido, ele diz que fará algumas partidas pelo Anzhi em 2013.

Promessa estranha.

Se agora, ele já não serve, porque serviria mais velho, no ano em que completará 40 anos?

Na verdade, o futebol europeu deu mais uma lição ao brasileiro.

A relação é de trabalho.

E não de análise de currículo.

Quando o jogador não rende mais é simplesmente trocado.

Nunca no Brasil um atleta com a carreira de Roberto Carlos seria tratado dessa maneira.

Por isso os traumas nas dispensas de Petkovic, Rivaldo, Edmundo e muitos outros.

A idade chegou para Roberto Carlos.

E já que não queria parar, Guus Hiddink parou por ele.

Simples assim... ( Cosme Rímole )

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