quarta-feira, 14 de março de 2012

A vida do 'maluco beleza' Raul Seixas é tema de documentário

'O Início, o Fim e o Meio' traz revelações sobre o músico, que teve em Paulo Coelho seu principal parceiro e vende 300 mil discos por ano 23 anos depois de sua morte



Vinte e três anos depois de sua morte, Raul Seixas (1945-1989) continua na lista dos artistas mais populares da MPB. Músicas como Gita, Metamorfose Ambulante, Sociedade Alternativa e Maluco Beleza fazem parte do repertório de gente que sequer havia nascido quando ele morreu, e tornam Raul o campeão de vendas póstumas no Brasil: são 300 mil discos por ano. Foi essa a primeira dificuldade enfrentada pelo diretor Walter Carvalho para fazer o documentário Raul, O Início, o Fim, o Meio’, que estreia no dia 23 de março.

Para tentar surpreender fãs que conhecem a biografia do ídolo em detalhes, Carvalho evitou usar imagens conhecidas de Raul. Em duas horas extraídas de 400 horas de imagens de arquivo e de 94 entrevistas, o diretor procurou mostrar apenas material inédito, uma peneira que também exigiu investigação minuciosa. “Tive que quebrar a cabeça”, diz Carvalho.

Dos 50 entrevistados que entraram na edição final do filme, o destaque é o escritor Paulo Coelho, que foi o principal parceiro de Raul. “No momento em que o produtor Denis Feijão começou a batalhar a solicitação de entrevista com o Paulo Coelho nós começamos a administrar o problema que era trabalhar essa entrevista com um cara que vendeu 500 milhões de livros no mundo e tem compromissos no mundo inteiro”, lembra Walter Carvalho.

A entrevista, cheia de regras e com previsão de duração de 45 minutos, acabou durando mais de duas horas e rendendo algumas das sequências mais descontraídas do filme. Entre risos, Paulo Coelho conta que a seita ‘Sociedade Alternativa’, da qual ele e Raul fizeram parte há quatro décadas e deu nome à canção homônima da dupla, era formada por apenas quatro pessoas: os dois e as respectivas mulheres.

Em seu depoimento, Paulo Coelho não se restringiu ao folclore que cerca o “maluco beleza”. Ao falar do envolvimento de Raul com as drogas, conta que foi ele quem ofereceu o primeiro cigarro de maconha ao amigo. “Não me sinto culpado. Ele já era casado, adulto, tinha filhos. Eu já tinha 25 anos e ele 27, e uma pessoa dessa idade já sabe o que quer da vida”, diz Coelho. “Sinceramente não lembro se fui eu que apresentei a ele a droga do mal, a cocaína”, disse o escritor.

Outras entrevistas de destaque são com o seu irmão Plínio; sua mãe; Waldir Serrão, fundador do Elvis Rock Clube do qual Raul fez parte; Caetano Veloso; Nelson Mota; Zé Ramalho; o produtor musical Mazzola, amigo de Raul; Pedro Bial, que arrisca cantar frente à lente de Walter Carvalho; suas cinco ex-esposas, três filhas e o neto Dakota, que não chegou a conhecer o avô.
‘Raul, O Início, o Fim e o Meio’, chega aos principais cinemas do país na sexta-feira da semana que vem, dia 23, distribuído pela Paramount Pictures e produzido pela A.F. Cinema e Video. O filme de 120 minutos tem imagens raras do artista colhidas nos arquivas da TV Cultura, TV Globo, TVE de Salvador e de arquivo pessoal de família, amigos e fãs. ( Veja )

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