segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Seagri/Adab lançam programa para estruturar a cadeia da carne e garantir segurança alimenta

Dar sustentabilidade à cadeia da carne, combater o abate clandestino e assegurar a segurança alimentar à população com a oferta de carne sadia. Esses são os principais objetivos do Programa de Entrepostos Frigoríficos, que a Secretaria da Agricultura/Agência Estadual de Defesa Agropecuária, (Adab), lançaram nesta segunda-feira, (3), no auditório da Seagri, no Centro Administrativo da Bahia-Cab. “Este é um programa estruturante que estamos lançando de forma pioneira no Brasil, dando seqüencia ao projeto de descentralização do abate na Bahia”, disse o secretário estadual da Agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles. Esta ação do governo do Estado atende em especial a agricultura familiar, responsável por 50% da pecuária do Estado, que tem hoje cerca de 10,7 milhões de cabeças.

Salles explica que os entrepostos frigoríficos são estruturas modulares, com capacidade para 30, 50 e 100 carcaças, que serão instaladas junto aos centros comerciais dos municípios, onde funcionam boxes para comercialização de carnes. As carcaças saem dos frigoríficos e vão para os entrepostos, dotados de equipamentos em inox, onde os marchantes e açougueiros farão a desossa, separando os tipos de carne de acordo com os hábitos e costumes de cada região. Ainda nessa estrutura, pequena câmara frigorífica acoplada será utilizada para os miúdos, preservando a cultura das fateiras.

Depois de trabalhada no entreposto, a carne é levada para os balcões frigoríficos instalados nos boxes dos centros comerciais, equipados com serrafita e balança, formando um módulo que dá a concepção final à cadeia da carne. Isso garante a segurança alimentar a toda a população, que não correrá o risco de sofrer com doenças que podem causar a morte, principalmente de crianças.

Custo e financiamento

O secretário Eduardo Salles explicou que as plantas dos entrepostos tem capacidade diferenciada, para 30, 50 e 100 carcaças, considerando a necessidade de abastecimento de cada município. Os custos de implantação variam de R$ 285 mil para a menor, a R$ 320 mil para a de médio porte, e de R$ 538 mil para a maior.

O ato de lançamento do programa contará com as presenças de representantes de todos os elos da cadeia da carne, prefeitos e deputados estaduais e federais. “Queremos sensibilizar os parlamentares baianos para que eles coloquem emendas destinando recursos para implantação de entrepostos frigoríficos nos municípios onde eles têm base”, disse o secretário, fazendo contas: “se cada um dos nossos 39 deputados federais baianos colocarem emendas para quatro municípios, nós teríamos de saída recursos para cerca de 160 entrepostos, além de alguns que possamos fazer com recursos próprios”.

O programa contempla também a abertura de duas linhas especiais de crédito da Desenbahia, Banco do Brasil e Banco do Nordeste do Brasil. A primeira linha destina-se a financiar cooperativas, prefeituras e iniciativas privadas que queiram implantar entrepostos, e a segunda para financiar os balcões frigoríficos.

O Sebrae participa também como parceiro do projeto, capacitando os marchantes e açougueiros, que se tornarão empreendedores individuais, desburocratizando o acesso ao crédito.

Bahia amplia número de matadouros frigoríficos

O secretário Eduardo Salles lembrou que no passado, através da Adab, a Seagri desenvolveu projeto pioneiro, elaborando uma planta padrão de matadouro frigorífico modular, aprovada pelo Ministério da Agricultura e que já se tornou modelo no Brasil, disponibilizada pela Seagri para todas as secretarias de Agricultura do País.

“Dizia-se que só era possível construir frigoríficos com custos superiores a R$ 6 milhões, mas nós desenvolvemos uma planta padrão, com capacidade de abate para 30 a 100, e orçamento em torno de R$ 1,5 milhão”, lembrou o secretário, acrescentando que “conseguimos financiamento, com recursos dos ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário e da própria secretaria para 20 novos frigoríficos que estão em fase de implantação”. Essas novas unidades, somadas a três outras que estão sendo construídas pela iniciativa privada, e aos 30 existentes vão ampliar para 53 o número de abatedouros frigoríficos na Bahia. “Esse é o projeto de descentralização do abate que estamos implementando no Estado, que entra agora na segunda fase com o lançamento do Programa de Entrepostos Frigoríficos”, disse Salles.

Ascom Seagri – 3 de outubro de 2011

Josalto Alves

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