quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Bahia é o destino preferido para investimentos chineses


Missões do governo baiano à China consolidam laços e ampliam relações comerciais

Em janeiro de 2012, o grupo chinês Chongqing Grain Group, vai iniciar as obras de construção de uma das maiores esmagadoras de soja do mundo, no município de Barreiras, Oeste da Bahia. Trata-se da indústria Universo Verde, braço brasileiro do Grupo Chongqing, que teve a pedra fundamental lançada em junho deste ano. A data exata, que ainda está sendo definida, vai entrar na história das relações bilaterais entre a Bahia e República Popular da China, mas já se confirma como um dos importantes resultados das missões do governo baiano à China realizadas deste março de 2010. O grupo chinês anunciou que vai investir R$ 4 bilhões de reais na Bahia, num complexo industrial e em infraestrutura e logística, e está aplicando inicialmente R$ 500 milhões na Universo Verde, que vai esmagar 1,5 milhão de toneladas/ano de soja.

Além do esmagamento de soja, a Indústria Universo Verde fabricará 300 mil toneladas de biodiesel, refinará 200 mil toneladas de óleo, fará extração de lecitina, e terá capacidade de armazenagem de 400 mil toneladas de grãos e 300 mil toneladas de óleo, sendo 200 mil de soja e 100 mil de biodiesel. A indústria vai gerar 300 empregos diretos e cerca de mil indiretos quando estiver em pleno funcionamento.

Quarto destino dos investimentos estrangeiros anunciados para o Brasil, de acordo com dados da Rede de Nacional de Informações sobre o Investimento do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), a Bahia é o Estado número nas intenções de investimentos das empresas chinesas. E as vantagens e oportunidades de investimentos no Estado foram demonstradas aos chineses durante seis missões realizadas nos dois últimos anos pelo secretário estadual da Agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles, oportunidades em que participou de inúmeras reuniões de trabalho com representantes do governo chinês e com empresários de vários setores.

Entre os resultados obtidos estão as possibilidades de investimentos chineses na Bahia nos segmentos têxtil, de energias renováveis, (biodiesel, solar, eólica e biomassa), da pesca, de carnes, dos grãos, do algodão, tratores e equipamentos para a agricultura familiar, e possibilidades de exportação de frutas industrializadas no Vale do São Francisco. Além disso, a Bahia se tornou o primeiro estado do Brasil a instalar e manter um escritório permanente de negócios em Pequim, que nesse momento atua também no sentido de atrair investimentos para a Copa do Mundo de 2014.

Algodão e pesca

De acordo com Eduardo Salles, que está retornando à Salvador depois de muitas reuniões de trabalho, nos últimos, nas províncias irmãs da Bahia de Shandong e Chongqing, além das conversações iniciadas com uma das maiores indústrias têxteis da China com o objetivo de implantação de um pólo têxtil na Bahia, nas regiões Oeste e Sudoeste do Estado, “convidamos os diretores da Shandong Homey Group, líder na produção de pescados e alimentos processados na China para visitar a Bahia e verificar in loco o nosso potencial pesqueiro”. O diretor da empresa, Wei Gang Liang, e o gerente geral, Shu Sen Zhang, recepcionaram a equipe da Seagri que visitou as instalações da indústria pesqueira e, além de demonstrar interesse em investir na Bahia, confirmaram a presença da empresa na maior feira de aqüicultura e pesca do Brasil, (Aquapesca Brasil), que será realizada em Salvador em novembro do próximo ano.

Eduardo Salles, que com o superintendente de Atração de Negócios da Seagri, acompanhou o governo Jaques Wagner nesta missão à China, analisou que existe uma identificação muito forte entre a Bahia e Shandong, estados-irmãos há dez anos. “A população de Shandong é de 93 milhões de pessoas, metade da brasileira. Cerca de 60% da população vive na área rural, em propriedades de um hectare por família. Eles são muito fortes na agricultura familiar e também na área de pesca. Nós podemos e desejamos estabelecer parcerias de cooperação nas áreas de tecnologia e de pesquisas, e intercâmbios no setor da agricultura familiar”, disse Salles, lembrando que a Bahia tem o maior contingente de agricultores familiares do Brasil, com 665 mil famílias.

Produtos da agricultura familiar invadem a China

Outro resultado importante das missões baiana à China é a presença dos produtos da agricultura familiar nos supermercados e nas mesas dos chineses. Geléias de umbu, goiaba, maracujá, produzidas em Uauá e Curaçá, cachaça prata e ouro de Abaíra, banana passa de Ibirapitanga, leite de doce de cabra de Valente, mel de abelha de Ribeira do Pombal, farinha de mandioca de Vitória da Conquista, azeite de dendê, massa para acarajé e vatapá de Salvador, dentre muitos outros produtos já são comercializados na China, e divulgados pelo escritório de negócios da Bahia em Pequim, que dispõe de amostras dos produtos e uma sala de degustação.

Em abril deste ano, o escritório de negócios da Bahia promoveu, durante dois dias, o I Festival Gastronômico Sabores da Bahia, durante o qual os chineses sentiram todos os cheiros e sabores da cozinha baiana com pratos elaborados com produtos da agricultura familiar. A programação foi realizada no Restaurante Alameda, de propriedade de brasileiros, e contou com as presenças da presidente Dilma Rousseff, do governador Jaques Wagner, do secretário Eduardo Salles e de empresários e jornalistas chineses.

Ascom Seagri – 22 dezembro de 2011

Josalto Alves

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