Agricultores da localidade de Itamaracá, distrito do município de Itabuna, no Território de Cidadania Litoral Sul, já estão utilizando a meliponicultura - atividade com abelha sem ferrão, como mais uma forma de diversificar a produção e gerar renda de forma sustentável. O interesse foi despertado em uma oficina prática, realizada pela Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola S.A. (EBDA), órgão ligado a Secretaria Estadual da Agricultura (Seagri), através de um projeto agroecológico financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A oficina sobre transferência de ninhos de abelha sem ferrão para caixas racionais foi ministrada, na última terça-feira (29), pelos técnicos da EBDA, Mateus Giffoni e Amia Spineli, para dois agricultores familiares do distrito, utilizando a espécie conhecida popularmente como Jataí (Tetragonisca angustula). Os técnicos compõem a equipe do Grupo de Manejo e Conservação de Abelhas sem Ferrão, vinculado ao Laboratório de Abelhas (LABE)/Núcleo Iraí de Desenvolvimento Sustentável, sob a coordenação da especialista em abelhas, Marina Siqueira de Castro. Para cada agricultor, a EBDA entregou duas caixas racionais, que servirão de modelo para que os futuros meliponicultores - criadores de abelha sem ferrão -, construam novas caixas. O agricultor Pedro Wencelau, do Sítio Bom Jesus, já começou a multiplicar e espera trabalhar, com pelo menos, 20 delas. “É mais uma forma de ganhar dinheiro, com a venda do mel”, acredita o agricultor. De acordo com Amia Spineli, que fez a transferência dos ninhos, as abelhas sem ferrão, além de serem nativas e realizarem um serviço essencial à natureza, o da polinização, possuem mel de alto valor de mercado. Das espécies de abelha sem ferrão, a Melipona rufiventris, conhecida popularmente como uruçu amarela, ocorre na região do Território de Cidadania Litoral Sul. No entanto, essas abelhas são mais sensíveis ao desmatamento do que a Jataí, por dependerem de ocos de árvore para nidificar (construir ninhos). “Nosso objetivo agora é incentivar a criação da uruçu amarela para garantir a preservação dessa espécie na região, pois segundo os agricultores, ela está cada vez mais difícil de ser vista nas matas”, afirma Spineli. “Quando a EBDA começou a trabalhar nesta localidade, a única atividade desenvolvida pelos agricultores era a bovinocultura leiteira. Hoje, com assistência técnica da EBDA, eles já trabalham com a cacauicultura, piscicultura, bubalinocultura e olericultura, seguindo as nossas recomendações de diversificação agrícola”, comentou o técnico agropecuário da EBDA, Nelson Fernandes Moura, responsável pelos trabalhos de Assessoria Técnica e Extensão Rural (ater), na comunidade de Itamaracá. O técnico lembrou ainda que o projeto já comprou e distribuiu, entre os agricultores familiares de Itamaracá, mais de 1.250 mudas de cacau e outras fruteiras, além de essências florestais, para serem plantadas nas propriedades rurais, com o intuito de aproveitar a área de forma sustentável e, futuramente, contribuir com a geração de renda nessas unidades de produção familiar. Fonte: EBDA/Assimp - Jamily Nunes
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
Agricultores de Itamaracá começam a trabalhar com meliponicultura
10:01:00
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