sábado, 25 de junho de 2011

Ahmadinejad ataca EUA durante conferência sobre terrorismo

TEERÃ, 25 Jun 2011 (AFP) -O presidente do Irã, Mahmud Ahmadinejad, acusou neste sábado Washington de apoiar as redes terroristas na região, em mais um ataque verbal aos Estados Unidos durante uma conferência internacional sobre terrorismo realizada em Teerã.

"Algumas destas organizações escaparam do seu controle e os Estados Unidos utilizam agora as ações destes grupos como pretexto para enviar tropas à região", disse o líder iraniano, em referência à Al-Qaeda.

Ele também denunciou novamente "a exploração" por parte de Washington dos atentados de 11 de setembro para justificar as intervenções no Afeganistão e no Iraque, comparando-a com a "exploração do Holocausto" para defender Israel.

Em uma mensagem dirigida à conferência, o líder supremo iraniano Ali Khamenei denunciou, por sua vez, "o cálculo diabólico das potências dominantes que tentam explorar o terrorismo" para justificar sua presença na região.

Após o final da conferência, os governos de Irã, Afeganistão e Paquistão anunciaram neste sábado um acordo de cooperação de luta contra o terrorismo, que causou dezenas de milhares de vítimas durante os últimos anos nestes três países vizinhos.

"As três partes se comprometem a fazer esforços para eliminar o extremismo, o militarismo, o terrorismo e rejeitar intervenções estrangeiras que são contrárias ao espírito do Islã, às tradições de paz da região e aos interesses de seus povos", afirmaram Ahmadinejad, e seus colegas paquistanês, Asef Ali Zardari, e afegão, Hamid Karzai, em uma declaração conjunta assinada em Teerã.

Os três anunciaram ainda a celebração de "reuniões entre os ministros das Relações Exteriores, do Interior, de Segurança e da Economia dos três países para organizar uma próxima cúpula" no final do ano, em Islamabad.

O encontro de Teerã foi realizado à margem de uma conferência internacional sobre o terrorismo, da qual ainda participaram o presidente do Iraque, Jalal Talabani; do Sudão, Omar al Bashir e do Tajiquistão, Emomali Rahmon, além de delegações de outros 60 países.

O terrorismo "se espalha e ameaça mais do que nunca o Afeganistão e região", alarmou Karzai durante a conferência, no momento em que um atentado suicida contra um hospital matou dezenas de pessoas no país, onde atos violentos são cotidianos apesar da forte presença militar ocidental.

O paquistanês Asef Ali Zardari conclamou "todos os países a se mobilizarem para colocar o terrorismo de joelhos antes que seja ele a pôr de joelhos a comunidade internacional". De acordo com Zardari, os atentados já mataram 35 mil pessoas nos últimos anos no Paquistão.

"A luta contra o terrorismo necessita de uma mobilização internacional, já que a segurança de todas as nações se encontra sob ameaça", afirmou Ahmadinejad, contabilizando 16 mil vítimas no Irã desde a Revolução Islâmica de 1979.

Teerã acusa com frequência os serviços de inteligência norte-americanos, israelenses e paquistaneses de apoiarem os grupos terroristas sunitas da província de Sistão-Baluchistão, na fronteira com o Paquistão. Os países ocidentais, por outro lado, acusam o Irã de financiar o terrorismo.

Fonte: UOL

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