Comentando as declarações do presidente do Sindicato dos Panificadores da Bahia, Mario Pithon, que se posicionou em matéria publicada pela mídia de Salvador radicalmente contra o Projeto de Lei do deputado estadual Mário Negromente Júnior, que prevê a adição de 10% de fécula de mandioca na produção de pão em toda a Bahia, o secretario estadual da Agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles, afirmou que o presidente do sindicato tem visão muito curta e só olha para o próprio umbigo. Para o secretário, este projeto de lei é importantíssimo para dar sustentabilidade à mandiocultura do estado, terceiro maior produtor do País. Ele destaca também que a produção é em quase a totalidade feita pelos agricultores familiares.
De acordo com técnicos da Embrapa, a fécula da mandioca pode ser adicionada à massa do pão até o percentual de 50%, sem qualquer prejuízo. Além disso, a fécula não contém glúten, e ameniza o glúten contido na farinha de trigo.
A mandioca é sem dúvida a cultura mais importante do Estado, e é a única cultivada em todos os 417 municípios. A Bahia possui dimensão continental, com 56 milhões de hectares, sendo que 68% desta área está na região semiárida e a mandiocultura é uma das únicas culturas que dão sustentabilidade á população destas regiões. O secretário afirmou que “quem se coloca contra uma proposta de lei como a do pãozinho baiano, que beneficia milhares de pessoas muito pobres do nosso Estado e que podem agora ter uma inclusão social, tem que ser muito egoísta.”
Segundo disse Eduardo Salles, a proposta de lei apresentada pelo deputado Mário Negromonte Júnior foi gestada por profissionais de alto nível da Secretaria de Agricultura e da Embrapa. “Acredito que interesses pessoais e comerciais de poucos não vencerão os interesses da população baiana. Tenho certeza que a lei será aprovada por unanimidade pelos deputados estaduais, já que todos foram eleitos pela população destes 417 municípios produtores e não pelo presidente do sindicato ou pelos seus amigos importadores de farinha de trigo”, afirmou.
Sobre as justificativas do presidente do sindicato, o secretário disse que “ele não deve ter lido o projeto, pois nele só é obrigatória a adição quando o preço da fécula for menor que o da farinha de trigo, o que não vai prejudicar nunca o preço ao consumidor. No projeto, a proposta é a adição de 2% por ano nos próximos cinco anos”.
Em relação à outra questão colocada pelo sindicato, de que as indústrias é que sairiam ganhando e que os benefícios não chegariam aos agricultores familiares, Salles disparou: “ele novamente desconhece o que está falando, pois as duas únicas grandes indústrias de fécula existentes no Estado são cooperativas de agricultores familiares. Somente no primeiro mês de funcionamento da fecularia da Coopasub, em Vitoria da Conquista, o preço da tonelada de mandioca, que eles vendiam a R$ 140,00 a tonelada, passou para R$ 220,00”.
Salles analisa que quando as fecularias inauguradas nos municípios de Laje e em Vitória da Conquista tiverem o mercado do pãozinho, “vão ganhar o produtor e a população, que poderá comprar um produto de melhor qualidade, fazendo o bem para os mais carentes e com preço menor”. O secretario finalizou afirmando que numa enquete realizada no site da Secretaria da Agricultura, antes da última eleição, para os então candidatos a deputado, a adição da fécula teve unanimidade dos que votaram.
Fonte:Ascom Seagri
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