'Revanchismo não é uma forma de encontro', declarou presidente.
Ela deu declaração em Salvador, onde lançou obra do metrô.
A presidente Dilma Rousseff afirmou na tarde nesta sexta (18) em Salvador que a Comissão da Verdade e a Lei de Acesso à Informação, sancionadas por ela pela manhã, não serão uma forma de "revanchismo" em relação ao passado - Dilma foi presa política e sofreu tortura durante o regime militar.
"Eu acredito que, na questão da verdade, chegamos ao momento em que o Brasil encontra consigo mesmo. A gente encontra consigo mesmo porque a gente encontra sem revanchismos. Porque o revanchismo não é uma forma de encontro. Então, encontramos sem revanchismo, mas também sem o silêncio comprometedor da cumplicidade, sem as duas coisas", declarou a presidente em discurso, durante cerimônia de lançamento de obras de mobilidade urbana do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Dilma disse que as duas leis são "um passo importante na democracia" porque, segundo afirmou, garantem ao cidadão acesso a toda e qualquer informação.
"Como? Fazendo uma ligação entre uma lei e outra. Proíbe que toda questão relativa a direitos humanos possa ser objeto de sigilo. Antes, a lei era sigilo da informação. Agora, a lei é de acesso à informação", declarou.
Crise econômica
A presidente disse que o problema dos países desenvolvidos que enfrentam uma "grave" crise econômica é que, segundo ela, não têm uma perspectiva de crescimento econômico. "Pelo contrário, passam por recessão e desemprego", afirmou.
Para a presidente, o Brasil tem "todas as condições" de enfrentar essa situação e, segundo afirmou, uma das maneiras é ampliar o investimento em infraestrutura. "Blindagem contra a crise econômica é investir. Vamos continuar ampliando todas as políticas sociais deste país", declarou.
Metrô
Dilma foi à capital baiana participar de cerimônia para lançamento de obras de mobilidade urbana inseridas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O investimento previsto é de R$ 1,6 bilhão na obra da linha 2 do metrô, para ligar Lauro de Freitas, na região metropolitana, à Linha 1, ainda em construção, em Salvador. O governo federal entra com R$ 1 bilhão e o estadual com R$ 600 milhões. A expectativa é que a iniciativa privada invista mais R$ 1 bilhão.
"É fundamental que a qualidade do transporte urbano seja de fato a qualidade que a gente vê nos países, nas cidades desenvolvidas", afirmou a presidente.
O governador da Bahia, Jaques Wagner, buscou minimizar as críticas sobre a relação de proximidade que mantém com o governo federal. "Tem estado que fica com inveja quando vem investimento pra cá. Mas tem gente daqui que fica reclamando", disse Wagner.
Depois, pediu a Dilma para voltar mais vezes à Bahia. "Venha mais vezes aqui, porque além do carinho familiar, meu e de Fatinha, que já é conhecido, tem o do povo baiano".
Em Salvador, além do anúncio, a presidente Dilma participa de eventos ligados ao mês da Consciência Negra. A programação prevê um encontro com o presidente da República da Guiné, Alpha Condé. Ele e outras autoridades de países africanos estão na capital baiana por conta do Encontro Iberoamericano do Ano Internacional dos Afrodescendentes – Afro XXI, iniciado na quinta-feira (17).
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