Assim como uma discussão sobre um provável rompimento em uma relação, a campanha do plebiscito que ouve domingo a população de Belém sobre a criação dos Estados de Carajás e Tapajós, abriu feridas em praticamente todos os moradores. As campanhas despertaram, de certa maneira, a raiva e o rancor em uma população que antes vivia de forma absolutamente pacífica, respeitando-se apesar das suas diferenças. O que antes era apenas uma reivindicação de uma região, tornou-se nessa reta final de campanha uma disputa entre bandidos, mocinhos, explorados e oprimidos.
Os moradores das regiões separatistas, principalmente em Marabá, mostram claramente sua revolta com a população de Belém, apesar do plebiscito ainda não ter ocorrido. Eles recriminam os habitantes da região metropolitana da capital de não apoiá-los na divisão. Nas ruas, é fácil ouvir expressões pejorativas contra os belenenses como “cariocas genéricos” ou “papachibés”. A primeira em alusão ao sotaque do belenense; o segundo, uma referência a um caldo típico da região, o chibé, feito com água, farinha e limão.
Em Belém, pessoas que estão mais ligadas à campanha reclamam das propostas dos “forasteiros” de Carajás e Tapajós. Chamam a ideia separatista de “furto” das riquezas do Estado, dizem que as propostas são oportunistas e que a divisão seria uma punição ainda mais severa a um Pará já vítima da pobreza e do isolamento. Fazem sempre menções ao passado político dos líderes separatistas já que alguns deles respondem a ações no STF (Supremo Tribunal Federal) por indícios de corrupção.
Em uma praça do bairro Cidade Nova, em Marabá, possível capital de Carajás, Carlos Roberto Cavalcante, goiano de 57 anos, mas com filhos nascidos no Pará, prega apenas com frases feitas em um trio elétrico, o fim do da dependência com a região Metropolitana de Belém, capital do Pará.
Entre palavras de ordem e xingamentos explícitos contra o governador Simão Jatene (PSDB), Cavalcante, também tenta passar a mensagem do “Sim”. "A separação seria interessante, mas o pessoal de Belém é muito egoísta”, disse. Técnico de som, ele vive do aluguel do carro com o qual faz campanha separatista. Tirou dois dias para isso. Deixou de ganhar R$ 3 mil no período. “Tudo em nome de uma causa maior”.
Em Belém, o vendedor Mário Ribeiro não chegou a tanto, mas reclama das propostas separatistas. “Esses caras só pensam em fazer palanque político e em transformar Carajás e Tapajós em currais eleitorais”, declara.
As frentes do Sim e do Não se acusam mutuamente. Os separatistas afirmam que o ódio foi provocado pelos unionistas quando eles foram acusados de oportunismo e até chamados de “ladrões”, quando o “Não” afirmou na campanha que o “Sim” roubaria as riquezas do Estado. Os integrantes do “Não” afirmam que o problema foi provocado pela campanha separatista, quando ela associou a falta de investimentos no sul a uma “perseguição” de Jatene.
“O Não fez uma campanha xenófoba, criminosa e mentirosa”, disse João Salame (PPS), presidente da Frente Pró-Carajás. “As feridas ficaram abertas. . Independentemente do resultado, a governabilidade do Pará foi afetada”, analisou o professor da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) e tesoureiro do Comitê Pró-Tapajós, professor Edvaldo Bernardo. “Dependendo de como a administração olhar para a nossa região, podemos entrar em um processo de desobediência civil”, declara Bernardo.
O próprio Jatene afirmou em artigo publicado há cerca de três semanas que estava preocupado com o Pará pós-plebiscito. Ele disse que a disputa causará uma “mágoa profunda” na população. Pelo visto, não precisou o plebiscito acontecer. O Pará, antes mesmo do resutaldo do plebiscito, mudou.
Em uma praça do bairro Cidade Nova, em Marabá, possível capital de Carajás, Carlos Roberto Cavalcante, goiano de 57 anos, mas com filhos nascidos no Pará, prega apenas com frases feitas em um trio elétrico, o fim do da dependência com a região Metropolitana de Belém, capital do Pará.
Entre palavras de ordem e xingamentos explícitos contra o governador Simão Jatene (PSDB), Cavalcante, também tenta passar a mensagem do “Sim”. "A separação seria interessante, mas o pessoal de Belém é muito egoísta”, disse. Técnico de som, ele vive do aluguel do carro com o qual faz campanha separatista. Tirou dois dias para isso. Deixou de ganhar R$ 3 mil no período. “Tudo em nome de uma causa maior”.
Em Belém, o vendedor Mário Ribeiro não chegou a tanto, mas reclama das propostas separatistas. “Esses caras só pensam em fazer palanque político e em transformar Carajás e Tapajós em currais eleitorais”, declara.
As frentes do Sim e do Não se acusam mutuamente. Os separatistas afirmam que o ódio foi provocado pelos unionistas quando eles foram acusados de oportunismo e até chamados de “ladrões”, quando o “Não” afirmou na campanha que o “Sim” roubaria as riquezas do Estado. Os integrantes do “Não” afirmam que o problema foi provocado pela campanha separatista, quando ela associou a falta de investimentos no sul a uma “perseguição” de Jatene.
“O Não fez uma campanha xenófoba, criminosa e mentirosa”, disse João Salame (PPS), presidente da Frente Pró-Carajás. “As feridas ficaram abertas. . Independentemente do resultado, a governabilidade do Pará foi afetada”, analisou o professor da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) e tesoureiro do Comitê Pró-Tapajós, professor Edvaldo Bernardo. “Dependendo de como a administração olhar para a nossa região, podemos entrar em um processo de desobediência civil”, declara Bernardo.
O próprio Jatene afirmou em artigo publicado há cerca de três semanas que estava preocupado com o Pará pós-plebiscito. Ele disse que a disputa causará uma “mágoa profunda” na população. Pelo visto, não precisou o plebiscito acontecer. O Pará, antes mesmo do resutaldo do plebiscito, mudou.
Fonte IG
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