Segundo estimativa divulgada pela Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica, uma criança fica cega no mundo a cada minuto. A instituição calcula que, no Brasil, existam aproximadamente 25 mil crianças cegas. De acordo com especialistas, cerca de 80% dos casos de cegueira poderiam ser evitados.
Ainda pouco conhecido pelos pais, o Teste do Olhinho pode detectar muitas doenças visuais ainda em fase inicial. O exame, apontado por oftalmopediatras como uma técnica simples e rápida, permite o diagnóstico precoce de catarata, glaucoma congênito, opacidades de córnea, tumores intraoculares grandes, inflamações intraoculares ou hemorragias intravítreas; em recém-nascidos antes mesmo que eles recebam alta da maternidade.
Para o neuropediatra Saul Cypel, da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, entidade que divulga informações sobre o desenvolvimento integral das crianças de até três anos, o exame pode minimizar os impactos das doenças ao longo do tempo.
“Você pode evitar uma baixa importante da visão ou mesmo uma cegueira se tiver o diagnóstico precoce e as medidas de tratamento mais imediatas. Vamos supor que tenha uma criança na qual foi feito o diagnóstico de uma catarata congênita. Quanto mais precocemente você atuar no tratamento da catarata, melhores condições de desenvolver a visão a criança vai ter”.
O teste é feito em uma sala escurecida, onde o médico ilumina o olho do recém-nascido com um feixe de luz. Caso não haja qualquer obstrução ou problema, o olho da criança reflete um brilho vermelho, parecido com o que aparece em fotografias.
Mesmo diante da relação de benefícios apontada pelos médicos, apenas dez estados brasileiros têm o exame como obrigatório na rede pública de saúde. Cypel diz que o teste é conhecido no Brasil há quase uma década, mas só se tornou obrigatório para os planos de saúde em 2010.
Segundo a assessoria do Ministério da Saúde, o Teste do Olhinho está incluído na Rede Cegonha, campanha lançada em março deste ano, para diagnóstico precoce, tratamento e reabilitação de crianças.
Em nota, o ministério destacou ainda que “desde 1989, o Sistema Único de Saúde (SUS) contempla os exames capazes de identificar qualquer alteração ocular em pacientes, seja em recém-nascidos, crianças, adolescentes, adultos ou idosos” e acrescenta que “todos os exames, além do acompanhamento e assistência médica, são oferecidos gratuitamente à população pelo Sistema Único de Saúde (SUS)”.
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