sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Brasil e China discutem prioridades na área de tecnologia da informação

Brasileiros e chineses discutiram nesta quinta-feira (9), no Palácio do Itamaraty, em Brasília (DF), as estratégias para estreitar as relações entre os dois países na área de tecnologia da informação e comunicação (TIC). No Seminário Brasil-China, o secretário de Política de Informática do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Virgílio Almeida, afirmou que as duas nações possuem características complementares no setor de TIC para viabilizar uma colaboração de longo prazo.

Do lado brasileiro, disse Almeida, ainda é preciso fortalecer e ampliar a indústria de componentes, semicondutores e dispositivos, visando diminuir o déficit na balança comercial e aumentar o número de empregos qualificados e tecnologias nesta área. Por outro lado, a China tem uma indústria avançada no setor. “A China pode colaborar em termos comerciais com o Brasil através de investimentos e através da transferência tecnológica. E o Brasil tem um mercado de eletrônica e de computadores extremamente rico e importante. Ainda dentro da área de tecnologia da informação, o Brasil é desenvolvido na área de software e serviços e pode ampliar as suas atividades neste setor na China através das exportações”, ressaltou Virgílio.


Mercado brasileiro

O Brasil é hoje o terceiro mercado em termos de computadores pessoais, perdendo apenas para os Estados Unidos e para a China. Outros dados do mercado brasileiro e os avanços na área de TIC foram apresentados pelo diretor de mercado da Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex), Djalma Petit.

De acordo com ele, a maior parte das grandes corporações do mundo já operam no País, que movimenta US$ 68 bilhões, com estimativa de 70 mil empresas de software e serviços e 500 mil profissionais em atuação em 2010.

Petit também destacou vantagens como a aliança com o governo para criar uma “sociedade digital”. O secretário Virgílio Almeida apresentou, ainda, as medidas implantadas para incentivar a indústria do setor, como a Lei de Informática, a Lei do Bem, a inclusão dos tablets na política de isenção de impostos e a recente Lei do Software, que reduz os encargos na folha de pagamento.

O representante do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação também apontou os incentivos e o investimento em recursos humanos como atrativos para os vários centros de pesquisa de empresas implantados e em fase de instalação no Brasil. O programa Ciência sem Fronteiras, que busca conceder 100 mil bolsas para estudantes brasileiros nas melhores instituições de ensino do mundo, foi destaque na apresentação.

“A China é um grande parceiro, tem grandes e importantes universidades, tem excelência em várias áreas da tecnologia da informação e, portanto, será muito importante para o Brasil treinar seus jovens em universidade chinesas, não só por essa excelência, mas também pelo papel que a China tem no século 21”, frisou Virgílio Almeida.


Avanços

O Seminário Brasil-China é resultado da viagem que a presidenta Dilma Rousseff fez à China em abril. De acordo com a embaixadora Maria Edileuza Fontenele, do Ministério das Relações Exteriores, que participou da abertura do seminário, houve vários avanços a partir da missão brasileira àquele país. “Apesar do curto tempo, os avanços foram percebidos, visitas empresariais e a visita do Virgílio [secretário do MCTI], que pavimentou o caminho para que os debates de hoje pudessem ocorrer”, disse.

Fontenele reforçou que o seminário representa a continuidade de um processo de aproximação com os chineses, já que o Brasil possui cooperação com a China em áreas como biotecnologia, nanotecnologia e espacial. “O Itamaraty [Ministério das Relações Exteriores] e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação continuarão a estimular iniciativas”, afirmou.

“Enquanto fortalecemos e mantemos os programas atuais de cooperação, temos que nutrir um novo ponto de crescimento para a indústria de TI, assim como, por exemplo, a televisão digital, radiocomunicação e software. No sentido de acelerar a cooperação em TI, como cloud computing [armazenamento de dados e uso de sistema operacional online], internet das coisas [integração de objetos e da vida cotidiana à rede], conexões inteligentes”, sugeriu também o vice-ministro da Indústria e Tecnologia da Informação da China, Guo Yanyan.

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