O Banco Central (BC) apresentou lucro de R$ 12,2 bilhões no primeiro semestre de 2011, o melhor resultado para o período desde 2003. Nos seis primeiros meses de 2010, o lucro foi de R$ 10,8 bilhões. O valor apurado desconsidera o custo de manutenção das reservas internacionais, que, se fosse levado em conta, o BC teria tido prejuízo de R$ 32,3 bilhões. A administração das reservas custou R$ 44,5 bilhões no período.
Em 2009, o BC mudou a contabilidade e excluiu os custos das reservas internacionais do resultado da instituição. Na época, o banco alegou que, como a dívida pública externa – usada para compensar as reservas no balanço da instituição – passou para o Tesouro Nacional, não faria sentido manter os custos das reservas em sua contabilidade.
Por causa da queda do dólar nos últimos anos, as reservas internacionais (ativos em moeda estrangeira no exterior) perdem valor se convertida em reais. Essa desvalorização se traduziria em custo para a instituição financeira na hora de fechar o balanço se a contabilidade das reservas não fosse separada. Além disso, o BC perde dinheiro ao deixar de aplicar na Selic para manter os ativos no exterior.
De acordo com o diretor de Administração do BC, Altamir Lopes, a alta dos juros ao longo de 2011 ajudou a impulsionar o lucro em operações em moeda nacional. No primeiro semestre, o BC vendeu R$ 29,5 bilhões em títulos a mais do que comprou para fazer política monetária. Apesar disso, o valor dos títulos públicos na carteira do banco aumentou R$ 19,4 bilhões por causa do reconhecimento de juros.
O balanço da autoridade monetária no primeiro semestre foi aprovado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) nesta quinta-feira (25). O lucro de R$ 12,2 bilhões será transferido ao Tesouro Nacional em até dez dias úteis. O prejuízo com a administração das reservas internacionais será coberto pelo Tesouro em 2012. Segundo Lopes, o valor do repasse do Tesouro ao Banco Central precisa ser aprovado no Orçamento do próximo ano.
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