O advogado Maurimar Bosco Chiasso, que defende o adolescente suspeito de atropelar e matar com um jet ski a menina Grazielly Almeida Lames, de 3 anos, afirmou que seu cliente não prestará depoimento nesta quinta-feira (24) na delegacia de Bertioga, no litoral paulista, como previsto. Ele atribuiu a decisão de adiar o depoimento ao assédio da imprensa. "Não há condição de esse jovem ser ouvido em face de tamanho assédio", afirmou.
O advogado disse que o adolescente e os pais dele serão ouvido posteriormente. "Ninguém está se subtraindo a responsabilidade alguma", afirmou Chiasso. Os pais da garota chegaram para prestar depoimento às 14h. Por volta das 15h, ainda não haviam deixado a delegacia.
O acidente aconteceu no sábado de carnaval, na Praia de Guaratuba, em Bertioga. Segundo testemunhas, o adolescente pilotava o jet ski em alta velocidade quando atingiu Grazielly. Ela brincava na areia perto da mãe e foi socorrida pelo helicóptero da Polícia Militar, mas já chegou sem vida ao Hospital Municipal de Bertioga. O advogado José Beraldo, que defende os interesses da família da vítima, diz que vai pedir indenização e a internação do adolescente na Fundação Casa. O advogado da família do suspeito, por sua vez, afirma que o garoto não pilotava o jet ski. Alega que ele só deu a partida sem saber como funcionava o equipamento.
Segundo o delegado Marcelo Rodrigues, foi instaurado inquérito para apurar homicídio culposo (sem intenção de matar). Caso fique comprovado que algum adulto autorizou o adolescente a guiar o jet ski, ele poderá responder ao crime por ter assumido o risco de matar ao permitir que um menor de idade pilotasse a embarcação. Como é menor de 18 anos de idade, o garoto poderá responder a um ato infracional pela morte de Grazielly, segundo determina o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
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