domingo, 15 de janeiro de 2012

Para apimentar a relação e não cair na rotina, casais fazem vídeos eróticos

Psicóloga comenta comportamento de casais que usam vídeos para apimentar a relação; veja experiência de quem já filmou cenas de sexo.

Filmar a relação: é bom para o casal?



Para um relacionamento durar não é novidade que é preciso inovar para apimentar a relação. Como recurso, muitos usam as imagens. Geralmente, começa com fotos de beijos do casal, até partir para imagens com pouca ou nenhuma roupa. Outros, mais ousados, resolvem partir para a filmagem da relação sexual.

O administrador Flávio da Silva, de 38 anos, está entre os que gostam de filmar os momentos íntimos. E foi além, Flávio chegou a divulgar algumas dessas imagens na internet. Segundo o administrador, ele publicou o vídeo de uma relação com uma ex-namorada no YouTube. A filmagem ficou no ar por cerca de sete dias, e nesse período mais de mil pessoas assistiram. O administrador diz que tem fetiche por filmes pornô e assiste o seu vídeo todos os dias.

“Fizemos um clima para registrar os detalhes, e de como nossos corpos reagem em outra perspectiva. O bom disso é que eu e ela estávamos à vontade, o que contribuiu para as cenas ficarem marcantes, livre de temores, receios e medos”, relembra.

Cuidados

Para a psicóloga Eliete Matielo, diretora da agência de relacionamentos Eclipse Love, a pessoa que publica a filmagem demonstra um perfil exibicionista. “Ela tem a necessidade de chamar atenção e se sentir desejada e, provavelmente, deve agir dessa forma no seu dia a dia, como exemplo com namorados, no trabalho e outros”, revela.

Por outro lado, segundo Eliete, em geral, as pessoas que gostam de assistir vídeos com cenas de sexo explícito utiliza a filmagem como um instrumento de excitação, aprendizado ou ‘apenas’ uma curiosidade. Mas, de acordo com a especialista, se há uma dependência desses vídeos para que a relação aconteça, pode ser indício de um vício e será necessário um tratamento psicológico.

Sem publicar

O estudante Diogo Mello, de 21 anos, conta que tem dois vídeos com duas “amigas coloridas”, uma que quis guardar de recordação e outra que ele gravou escondido, pois, segundo o jovem, se ela soubesse que ele filmou a relação não iria gostar de saber. “Gravei e assisto toda semana porque minha excitação aumenta em saber que estou gravando, mas não divulguei nenhum, pois acho isso muito fora de um padrão, ainda mais porque uma das meninas confiou em mim e a outra não sabe, e atualmente ambas são amigas”.

Diogo diz que nunca divulgaria o vídeo na internet. “Quem faz isso são pessoas com baixo estima, que precisam ver o mal dos outros para se sentirem bem”. Porém, o estudante revela que as filmagens estão em seu celular, e amigos já pegaram seu aparelho e assistiram.

Eliete avalia que não considera esse comportamento – da pessoa que gosta de filmagens – como normal ou anormal, e que esse é um perfil até comum. “Mas é bem desagradável conviver com alguém assim, sempre querendo se destacar e querendo chamar atenção para si”.

Vítima de exposição na internet

É preciso que o casal tenha muita confiança um no outro, para que não haja problemas ao final da relação. A psicóloga revela que a pessoa que tem um vídeo erótico exposto na internet sem autorização pode sofrer de frustração ou sentimento de ódio.

Em relação a quem divulgou a filmagem, a especialista diz que, “se o grau em que esse exibicionismo se encontra for alto, onde a pessoa está sendo prejudicada em sua vida social, familiar e de trabalho, será necessário um tratamento psicológico para tratar a necessidade de se comportar dessa forma para chamar atenção e descobrir o motivo que a leva a isso”.

“O fator visual é sempre um instrumento muito importante para nosso psicológico agir e deve ser usado adequadamente para beneficiar suas relações, e não como algo doentio”, finaliza.

Lei

Quem publica um vídeo erótico sem autorização da outra pessoa pode causar grandes problemas e enfrentar a legislação. O advogado Mauro César Arjona explica que a pessoa que tem uma filmagem sua divulgada sem autorização, independente do conteúdo – com exceção do jornalístico – tem direito de imagem, ou seja, tem o direito de receber por isso. Segundo o especialista, se a pessoa filmada for maior de idade, a discussão, via de regra, será cível.

Arjona afirma que civilmente a vítima exposta na internet pode receber até uma indenização em dinheiro. “As consequências do vídeo (acessos, por exemplo) são levadas em conta para a fixação da pena (em caso de condenação criminal) e indenização (indenização cível)”.


Saiu na BAND

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