Programa mais bem-sucedido da RedeTV!, o “Pânico” tinha uma única preocupação ao se mudar para a Band: levar seu público para a nova emissora. Não era necessário mudar nada, apenas fazer saber que o humorístico estava de casa nova.
Nada mais sintomático do que a discreta mudança no nome do programa. Deixou de ser “Pânico na TV” para virar “Pânico na Band”
O programa exibido neste domingo e os números prévios da audiência indicam que a estratégia deu certo. O “Pânico” foi “Pânico”, sem tirar nem por, tanto em termos de conteúdo quanto de Ibope.
Do ponto de vista do conteúdo, as novidades foram cosméticas. O “Pânico” continua com o mesmo humor abusado, alternando momentos brilhantes com rasgos de apelação e baixaria.
Marvio Lucio mandou um “chupa Jô”, em “homenagem” a Jô Soares, que se recusou a dar entrevista para “Jô Suado”, e estreou uma nova imitação, excelente, de Boris Casoy. Foi o ponto alto do programa. Um novo humorista, Guilherme Santana, estreou com uma paródia de Otavio Mesquita, o Otário Mesquita, muito boa também.
Outra especialidade do “Pânico”, o assédio a atores globais em porta de festas, segue intocada na Band. Às vezes desagradáveis, às vezes engraçados, Marvio Lucio e Eduardo Sterblitch humilharam os participantes da última edição do “BBB”. "Pode falar, Jake. A Globo não vai te contratar", disseram para uma das candidatas.
Igualmente presente, as micagens e pegadinhas na praia renderam os absurdos de sempre. Sterblitch fez um Diogo Nogueira em versão escatológica (“Nojeira”), que não deixou pedra sobre pedra. “Passei o inverno cheirando meia. Chegou o verão e o que eu fiz? Cocô na areia”.
Como não poderia faltar, também houve exploração da miséria humana, com destaque para a presença de um mexicano com excesso de pelos no rosto, que foi beijado e alisado por Sabrina Sato. “Freak show” da pior espécie.
Para assegurar a boa audiência da estreia, o “Pânico” ficou 135 minutos no ar sem nenhum intervalo comercial. Para compensar, os 20 minutos restantes foram entupidos de publicidade.
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