domingo, 11 de julho de 2010

Com show e Mandela, encerramento ratifica cara 'olímpica' da Copa do Mundo


A Fifa, mais uma vez, abusou de projetores, luzes e artistas de peso em sua festa oficial. Como já havia feito na abertura, a entidade encerra a Copa do Mundo com uma cerimônia maior e com mais cara de show que as anteriores. Nelson Mandela, que só confirmou sua presença na manhã deste domingo, fechou o evento com chave de ouro, acenando e sorrindo para a arquibancada e as câmeras.Shakira, estrela em 2006 e antes do pontapé inicial da África do Sul, abriu a festa cantando “Waka Waka” cercada de bailarinos. O Soccer City ainda foi palco de inúmeras projeções em vídeo no gramado. Protegido por um tecido, o campo que receberá Espanha e Holanda virou um telão gigantesco, que reproduziu desde o mapa sul-africano até as bandeiras dos países participantes, passando por manchetes e imagens da competição.

A produção não é comum em Copas do Mundo. Tradicionalmente, o torneio evita dividir a atenção com a final propriamente dita. O show nas festas é mais característico das Olimpíadas, sobretudo porque a competição poliesportiva não conta com um evento principal que concentre as atenções, ao contrário do torneio de futebol.

A cerimônia estendida, porém, dá mais glamour à Copa do Mundo e aumenta, por exemplo, o tempo de exposição em televisões mundo afora. Ciente disso, a África do Sul não poupou recursos para fazer uma festa tecnológica.

Os efeitos especiais roubaram a cena. Em um primeiro momento, a manchete de um jornal é rasgada para dar lugar às imagens de jogos. Logo depois, uma quantidade de água fictícia é sugada do gramado. Supostos músicos, então, invadem o espaço e tocam instrumentos gigantescos.

A imagem aérea mostra, no entanto, que a apresentação só é possível graças à coreografia que combina imagens de tambores e teclados com movimentos de “músicos” no vazio e o som dos auto-falantes.

No fim, Mandela foi a cereja do bolo. O líder local não havia comparecido à abertura por conta da morte de sua neta. Neste domingo, o ex-presidente sul-africano rompeu o luto e suas limitações físicas e entrou no gramado em um carrinho com rodas, acenando para a torcida e cumprimentando os dirigentes no gramado.

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