O robô Philae pousou na superfície do cometa 67P/ Churyumov-Gerasimenko, nesta quarta-feira (12), às 14h03 (horário de Brasília), a aproximadamente 6 bilhões de quilômetros da Terra. O pouso foi confirmado pela Agência Espacial Europeia (ESA), em Darmstadt, na Alemanha. Pelo Twitter, a agência anunciou: "Estamos no cometa". Trata-se de um feito inédito na história da exploração espacial, que permitirá aos cientistas ter mais informações sobre a origem da vida na Terra.
Para comemorar o sucesso na operação, Jean-Jacques Dordain, diretor-geral da Agência Espacial Europeia, afirmou que o trabalho foi "um grande passo para civilização humana e que fará diferença na história da ciência".
O diretor completou seu discurso agradecendo sua equipe: "O maior problema do sucesso é que ele faz parecer que a missão foi fácil. Porém, sabemos que só com muito trabalho, dedicação e profissionais excelentes de diversos países conseguimos chegar aqui. O sucesso não vem do céu, vem do trabalho duro. Somos os primeiros a fazer isso e ficaremos na história para sempre."
Após dez anos no espaço, a sonda Rosetta, que custou à agência o equivalente a R$ 4 bilhões, conseguiu "alcançar" o 67P em agosto e iniciou seu voo ao redor do cometa para conferir sua superfície e descobrir o melhor lugar para seu robô Philae pousar. O cometa possui um formato irregular, semelhante ao de um patinho de borracha, que tornou mais difícil a missão dos engenheiros da Agência Espacial Europeia de buscar uma área e escolher a melhor maneira de fixar o robô à superfície irregular e esburacada.
Com tamanho semelhante ao de uma máquina de lavar roupas, o robô foi programado para pousar em uma área de um quilômetro quadrado, que foi batizada pelos cientistas de Agilkia.
Dotado de um mecanismo de fixação em suas pernas, o robô lançou arpões na superfície do cometa, prendendo-se ao cometa.
A missão Rosetta poderá dar início então à coleta de dados que, há dez anos, só poderia ser sonhada. Dotado de vários mecanismos, o robô coletará amostras do solo, fará análises e enviará fotos do núcleo --à medida que o cometa 67P continuará expelindo poeira e gelo em sua jornada rumo ao Sol.
Essas informações ajudarão os cientistas a concluir se foi o bombardeio de cometas há bilhões de anos que teria trazido água e moléculas orgânicas simples para a Terra, abrindo caminho para a vida em nosso planeta.