Após deixar o comando da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira renunciou do cargo de membro do Comitê Executivo da Fifa. A informação foi divulgada nesta segunda-feira pela Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol).
UOL
Teixeira, que deixou a CBF e o Comitê Organizador Local da Copa do Mundo de 2014 (COL) na última semana, enviou uma carta para Nicolás Leoz, presidente da Conmebol, alegando problemas particulares para renunciar. O brasileiro fazia parte do Comitê Executivo da Fifa desde 1994.
Na carta, Teixeira agradeceu a Leoz e aos presidentes das confederações nacionais sul-americanas pelo "apoio e colaboração" que teve no período que ficou no cargo.
A saída do dirigente dos quadros da Fifa era esperada desde que ele deixou o cargo que ocupava na CBF. O fato de nunca ter conseguido se aproximar da presidente Dilma Rousseff ajudou a enfraquecer Teixeira na entidade brasileira que presidia.
A Fifa contou com seu bom relacionamento com o governo federal quando decidiu dar ao Brasil a missão de receber a Copa. Desde a saída de Lula, porém, Teixeira não conseguiu mais convencer a Fifa de que poderia fazer a ligação com a presidência da República.
O ex-presidente também perdeu força no Congresso Nacional. Por isso, José Maria Marin, seu substituto, assumiu a CBF preocupado em reconstruir a relação da entidade com o Congresso. Uma das primeiras atitudes do novo presidente foi telefonar para o deputado José Rocha (PR-BA) e pedir um encontro com os membros da Comissão de Turismo e Desporto da Câmara.
“Fiquei de recebê-lo em Brasília para um café, uma conversa informal. Mas também vou marcar uma audiência na comissão para que os deputados conversem de maneira formal com o novo presidente da CBF”, disse Rocha.
A trajetória de Ricardo Teixeira como homem público do futebol começa na década de 1980. O cartola esteve à frente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) de 1989 até esta segunda-feira, quando renunciou ao cargo que ocupou por 23 anos.
Durante este tempo, colecionou escândalos, trinfos e derrotas. Se, por um lado, levou a seleção brasileira a conquistar dois títulos mundiais (1994 e 2002), por outro foi acusado de enriquecer ilicitamente graças ao cargo e de cometer crimes como lavagem de dinheiro, evasão de divisas e sonegação de impostos.
Se, por um lado, é tido como o fiel reflexo do modo antigo de comandar o futebol, com conchavos políticos, contratos publicitários obscuros e campeonatos desorganizados, por outro foi um dos responsáveis de trazer de volta a Copa do Mundo para o Brasil após 64 anos. O custo deste último feito para os cofres públicos já ultrapassa os R$ 30 bilhões, e não para de subir.
Veja a íntegra da carta de Teixeira para Leoz, renunciando a seu cargo na Fifa:
Senhor Presidente,
Fui indicado pelo Comitê Executivo dessa conceituada entidade continental para integrar o Comitê Executivo da FIFA em 1994 e, a partir desta data, trabalhei com determinação para defender os interesse (sic) do futebol do nosso continente e elevar cada vez mais o futebol no contexto internacional.
Venho, por intermédio deste, solicitar a V.Sa. o meu afastamento, em caráter irrevogável, do cargo de Membro do Comitê Executivo da FIFA, por motivo particular.
Deixo aqui registrado, com agradecimentos ao ilustre Presidente, aos membros do Comitê Executivo da CONMEBOL e aos Presidentes das Federações filiadas a essa entidade pelo apoio e colaboração que sempre tive para o melhor desempenho de minhas funções.
Atenciosamente,
Ricardo Terra Teixeira
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