O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou nesta sexta-feira que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – indicador oficial de inflação do país – ficou em 0,5% em dezembro. Desta maneira, a elevação dos preços na economia encerrou 2011 em 6,5%, ficando exatamente no teto do sistema de metas de inflação - mas longe do centro da meta, que é de 4,5%. Desde 1999, quando foi implantado tal regime, o teto da meta foi ultrapassado em 2001, 2002 e 2003 (veja as justificativas do BC).
Se tivesse ultrapassado o chamado teto da meta, ficaria evidente a falha do BC em controlar a inflação no primeiro ano de Dilma Rousseff na Presidência da República e de Alexandre Tombini à frente do órgão. Ainda assim, com o número no limite do que foi fixado pelo governo, a vitória não dá margem a comemoração. A avaliação feita pelos analistas é que a autoridade monetária, de fato, não conseguiu preservar o poder de compra do brasileiro. Após um ano de flagrante choque com as opiniões do mercado, Tombini e os outros diretores do BC vivem sob o olhar desconfiado de boa parte dos economistas. Reforça essa postura arredia o fato de que, diferentemente dos outros anos em que a inflação ficou claramente fora de controle, o país não sofreu em 2011 nenhum tipo de ataque especulativo, nem desvalorização acentuada do real. O comportamento do BC, portanto, dá corpo à tese de que o IPCA de 5,91% no ano passado foi uma temerosa opção de governo – com a desculpa de que um pouco de inflação é aceitável desde que o crescimento do PIB não seja sacrificado.
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