A Venezuela deve realizar nova eleição presidencial em 14 de abril. O CNE (Conselho Nacional Eleitoral) ainda não confirmou a data, mas conforme fontes consultadas por Opera Mundi no chavismo e analistas eleitorais, esse deve ser o dia em que Nicolás Maduro, presidente interino, enfrentará seu adversário opositor, provavelmente o governador do Estado de Miranda, Henrique Capriles.
Ontem, após tomar posse, Maduro comunicou que pediu urgência ao CNE. "Nós fazemos, em primeiro lugar, um chamado para que o Poder Eleitoral, no uso de suas atribuições, avalie e tome a decisão, e, no dia que fizer a convocação, nós estamos prontos para ir à eleição", afirmou. "Sem medo, com segurança, com força. Nos sentimos seguros quanto à democracia venezuelana, quanto ao sistema de votação", assegurou, antes de afirmar: "Que vença quem tiver de vencer, que decida o povo".
Será uma corrida contra o tempo, já que os candidatos terão pouco mais de um mês para convencerem o eleitor. De acordo com o jornalista especializado em eleições, Eugenio Martínez, os maiores desafios para o CNE serão a auditoria do sistema de votação e a organização do voto no exterior. "O mais chamativo do cronograma eleitoral da presidencial é que as inscrições começariam amanhã", afirmou. Ou seja, ainda no período de luto nacional e com Chávez sendo velado na Academia Militar.
Para o diretor do instituto Datanálisis, Luis Vicente León, que também aposta no 14 de abril, a campanha chavista deve explorar o atual momento de comoção nacional, focando-se no divino (Chávez) e o terreno (Maduro). "É evidente que Maduro concentrará toda a campanha na simbologia de Chávez, a quem representará como 'seu filho'", disse León.
Para ele, o governo é o maior interessado na rapidez das eleições, "para aproveitar a emoção do momento". De fato, em atos em homenagem a Chávez são corriqueiras as manifestações de apoio a Maduro, com o grito "Com Chávez e Maduro, o povo está seguro". Ontem, durante o juramento de Maduro como presidente interino, venezuelanos que faziam fila no Paseo de los Próceres comemoraram o momento e muitos comentavam que Chávez havia feito "a escolha certa".
"O endosso público de Chávez a Maduro em dezembro passado será a peça mais vista na campanha", observou León. Naquele 8 de dezembro de 2012, antes de partir novamente para Havana para tratamento contra o câncer, o líder venezuelano declarou que Maduro seria a melhor escolha em caso de nova eleição na Venezuela.
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