PF investiga se Cachoeira tinha aparelho de grampos em casa

A Polícia Federal investiga a possibilidade de o bicheiro Carlinhos Cahoeira ter um aparelho de escuta telefônica ou pelo menos acesso ao Sistema Guardião – equipamento de uso restrito da inteligência da própria PF, do Departamento de Polícia Rodoviária Federal (DPRF), do Exército e da maioria das secretarias de Segurança Pública dos estados. Na última semana, durante os depoimentos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), que apura o envolvimento do contraventor com governos, políticos e empresas que atuam no setor público, o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) defendeu a necessidade de investigar o uso do sistema por particulares. “Aguardo com muita ansiedade as respostas da Polícia Federal. Nas casas de Cachoeira e de seu ex-cunhado, Adriano Aprígio, foram apreendidas gravações, ou seja, grampos, que não são de autoria da PF. Elas foram feitas por um equipamento sofisticado. Pela natureza do material, elas podem ter sido produzidas pelo Guardião. Isso comprova que ele não está só nas mãos de instituições públicas. A todo instante, percebe-se a existência de uma milícia tecnológica que procura se organizar para práticas de corrupção. E aí penso que será mais um grande escândalo, cuja revelação será proporcionada pela evolução democrática”, declarou o parlamentar ao jornal O Globo. Após ter o pedido de liberdade negado pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJ-DF), o advogado Márcio Thomaz Bastos, contratado por Cachoeira, afirmou que pretende reavaliar a estratégia de defesa nesta segunda-feira (18).