Roberto Gurgel, o procurador-geral da República, decidiu pedir ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) que abra inquérito para investigar também o governador de Goiás Marconi Perillo (PSDB). Há dez dias, ele já havia informado que iria requerer a instauração de processo contra o governador do DF, Agnelo Queiroz (PT).
Ambos foram mencionados no inquérito da Operação Monte Carlo, que investiga as atividades ilegais de Carlinhos Cachoeira. Deseja-se saber agora se houve envolvimento dos governadores com os negócios ilícitos da quadrilha do pós-bicheiro.
Depois que Gurgel anunciou a decisão de acionar Agnelo, Marconi antecipou-se. Por meio do advogado Antonio Carlos de Almeida ‘Kakay’ Castro, o governador tucano pediu ao procurador-geral que abrisse inquérito contra ele no STJ. Será atendido.
Ouvido pelo blog, Kakay disse não ter sido comunicado sobre a novidade. Mas reagiu com naturalidade: “O governador Marconi pediu para ser investigado. É normal e até desejável que o procurador-geral adote essa providência. É a obrigação dele.”
De acordo com o que apurou o blog, Gurgel decidiu ainda realizar uma análise preliminar dos negócios do governo do Rio, chefiado por sérgio Cabral, com a Delta Construções, sob investigação no Cachoeiragate. A procuradoria requisitou os contratos. Serão submetidos a um pente-fino.
Cabral não foi citado nos inquéritos do caso Cachoeira. Mas sua amizade com o dono da Delta, Fernando Cavendish, antes apenas insinuada, foi exposta em vídeos e fotos que ganharam o noticiário. Daí a intenção de verificar se o relacionamento pessoal afetou os contratos.
Pela Constituição, governadores e congressistas dispõem de foro privilegiado. São processadas e julgados em tribunais distintos: os executivos estaduais no STJ, os deputados e os senadores no STF.
Confirmando-se o pedido de abertura de inquéritos contra Marconi e Agnelo, serão cinco os políticos levados à grelha do Judiciário por conta das suspeitas de relacionamento impróprio com Cachoeira.
Já correm no Supremo inquéritos contra o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO), e três deputados: Carlos Leréia (PSDB-GO), Sandes Júnior (PP-GO) e Stepan Nercessian (PPS-RJ). O realator de todos eles é o ministro Ricardo Lewandowski. ( Blog do Josias )
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