segunda-feira, 18 de julho de 2011

Jucuruçu: Sem Terra são retirados de fazenda da família Torres


Na última sexta feira (15/07) aconteceu a desocupação das Fazendas Reunidas Caledônia, no município de Jucuruçu, pertencentes, segundo o próprio MST, à família Torres. Entre os Torres está o deputado federal Fernando Torres.

A retirada dos sem terra foi com base em ordem de despejo emitida pela Justiça e de acordo com líderes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), aconteceu pacificamente.

Cerca de oitenta homens da Polícia Militar e quatro viaturas da CAEMA acompanharam o ato de reintegração de posse. Cerca de 200 famílias tiveram que deixar o local e foram alojadas no barracão da feira livre na cidade de Jucuruçu.

“Neste sábado pela manhã, a mando da gerência da fazenda, um trator de grande porte destruiu toda a plantação feita pelos sem terra”, informou Jota Neto, do Partido dos Trabalhadores de Itamarajú. Ainda segundo Neto, a fazenda Caledônia possui uma área de 16 mil hectares, onde são criadas 20 mil cabeças de gado, que seriam transportados para frigoríficos da região sudeste, para serem abatidos.

“A fazenda Caledônia literalmente cerca o município, vindo do estado de Minas Gerais em direção a Jucuruçu, na entrada na cidade um grande mata-burros cruza a estrada e uma cerca de arame farpado muito bem feita com seis fios passa paralelo às paredes das casas que não têm sequer um metro de quintal. Os números são impressionantes, pois saindo da cidade de Jucuruçu em direção ao estado de Minas Gerais são 27 Km viajando em terras da Fazenda Caledônia. Em direção ao município de Itamaraju são cerca de 20 Km rodando em terras de propriedade desse deputado e dessa família latifundiários. Todas as terras em volta da cidade de Jucuruçu aos Torres”, informou Jota Neto.

“Conversando com um funcionário do alto escalão da prefeitura, que preferiu não ser identificado, ele afirmou que recentemente o município ganhou uma creche do Governo do Estado, mas não possuía um terreno suficiente para construí-la. A família Torres foi solicitada para doar um pequeno espaço e a resposta foi negativa. A mesma coisa já acontece com o cemitério da cidade, que já está quase completo de túmulos e os Torres se negam em doar um pedaço de terra. Eles são donos de um latifúndio e não dão nada em troca”, explica Neto.

Segundo Paulo César, o “PC”, dirigente do MST, o grupo de sem terra estará nas próximas horas ocupando novamente a fazenda Caledônia e que essa passa a ser “questão de honra para o movimento”.


Fonte: Por Ronildo Brito / Teixeira News

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