quinta-feira, 3 de abril de 2014

A Justiça de Torres, no litoral do Rio Grande do Sul, obrigou uma mulher grávida a fazer uma cesariana para garantir o direito à vida dela e do nascituro. A gestante, Adelir de Goes, de 29 anos, queria dar à luz por parto natural. Os médicos, o Ministério Público e a Justiça entenderam que isso colocaria as duas vidas em risco por causa da posição do bebê e pelo fato de a mãe já ter se submetido a duas cesáreas no passado.
A mulher, com 42 semanas de gravidez, procurou o Hospital Nossa Senhora dos Navegantes na tarde de segunda-feira, 31, se queixando de dores abdominais e lombares. A médica que prestou atendimento constatou que o bebê estava em pé dentro do útero e recomendou a cesariana. A mulher se recusou ao procedimento, assinou termo de responsabilidade, e voltou para casa.

Diante da recusa da gestante, o hospital avisou o Ministério Público, que acionou a Justiça em busca de medida de proteção. A juíza de Direito Liniane Maria Mog da Silva acolheu o pedido e determinou a condução coercitiva da mulher ao hospital. Acompanhado de policiais, um oficial de Justiça foi à casa da mulher no início da madrugada.

O parto por cesariana foi feita na madrugada de terça-feira, 1º. Mãe e filha passam bem e devem ter alta nesta quinta-feira, 3. É provável que o debate jurídico não termine com a volta para a casa das duas. Adelir disse à imprensa gaúcha que se sentiu sequestrada porque entendia que poderia esperar pelo parto natural. O marido, Emerson Lovari, anunciou que vai consultar advogados para ver se há possibilidade de processar o hospital. (Verdinho de Itabuna)

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