Marcos sorri após fazer boa defesa em seu jogo de despedida do futebol no Pacaembu
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Uma era chegou ao seu fim. Depois de 20 anos como goleiro do Palmeiras, Marcos disse o adeus que nenhum palmeirense queria ouvir na última terça-feira, com 38 mil pessoas assistindo de perto, no Estádio do Pacaembu, o duelo entre o time campeão da Libertadores de 1999 e a seleção brasileira de 2002. O camisa 12 passou a semana preocupado com seu jogo, mas, no fim, considerou que tudo deu certo e que a festa atingiu o seu objetivo.
Mesmo relutando, Marcos acabou marcando um gol de pênalti em cima do amigo Dida. A qualificação de "perfeita", no entanto, foi dada pelo ex-goleiro mais pela festa do que pelo resultado do jogo. Ele conta, por exemplo, que passou a semana ensaiando o discurso que faria ao apagar das luzes.
"Eu não queria tomar gol e vi que os caras queriam fazer, viu? O Ronaldo deu um chute ali no cantinho, o Edilson estava correndo para caramba. Se eu tomasse o gol, eu nem ia ficar chateado porque o jogo era de festa, mas claro que o instinto do goleiro é não deixar a bola entrar. Mas o legal é que o pessoal veio, a festa deu tudo certo... Eu, por exemplo, fiquei ensaiando aquele meu discurso uma semana. E, mesmo assim, na hora de falar, eu parava um pouco, porque eu ia chorar. Na hora da vontade do choro, eu parava", brincou.
"A hora que as luzes se apagaram, dei graças a Deus, porque não queria nem entrar, queria logo sair para o banco, porque nem conseguia andar. Mas aí acabei dando uns arranques e vi que não era para mim. Eu já estava com a cabeça bem tranquila. A grande preocupação foi a hora que apagou a luz, pois era quando eu ia ter de falar", lembrou.
Como em todo momento de despedida, Marcos foi convocado pelos repórteres para fazer um balanço de sua carreira. Com 20 anos de Palmeiras e 532 partidas oficiais disputadas, o camisa 12 brinca que ninguém quer saber de toda essa trajetória. Para o torcedor, foram quatro os momentos marcantes: a semifinal da Libertadores de 2000, quando defendeu o pênalti de Marcelinho, as quartas da mesma competição, mas em 1999, quando defendeu a penalidade de Vampeta, e outras duas falhas, em 2003 e em 1999, quando furou a bola em meio a uma goleada sofrida por 7 a 2 do Vitória e em outra "caçada de borboleta" na final do Mundial, diante do Manchester United.
"Às vezes, para quem vive o jogo, nem sempre o mais importante é o melhor. Tem jogos que valem muito menos e eu faço umas partidas extraordinárias. Em 532 jogos, a torcida do Palmeiras adora o pênalti do Marcelinho, a Libertadores do Vampeta e isso não tem jeito. Você joga 532, e as pessoas te resumem em um pênalti do Marcelinho, outro do Vampeta, falha do Manchester e a furada do Vitória", disse ele aos risos, para depois falar sério. "Posso dizer que eu tenho muitas certezas de que fiz mais coisas boas do que ruins".
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