domingo, 13 de junho de 2010

Lula rebate Serra e diz que seu nome virou Dilma


BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu no domingo, durante a convenção do PT, a linha de frente da blindagem da candidatura de Dilma Rousseff à Presidência da República, rebatendo as críticas da oposição ao seu governo e à ex-ministra da Casa Civil.

Lembrando que seu nome não estará na cédula de votação para presidente pela primeira vez desde 1989, Lula deu um claro recado aos eleitores que querem a continuidade das políticas do seu governo: sua sucessora deve ser Dilma.

"Vai haver um vazio naquela cédula. Para que o vazio seja preenchido, eu mudei de nome e vou colocar a Dilma lá", afirmou o presidente em discurso.

Com o evento, o PT formalizou a candidatura de Dilma ao Palácio do Planalto e a aliança nacional com o PMDB, que indicou para a vaga de vice na chapa o presidente da sigla e da Câmara, deputado Michel Temer (SP).

Lula usou a primeira parte de seu discurso para responder aos ataques da oposição. No sábado, durante a convenção nacional do PSDB, Serra deixou de lado o estilo conciliatório que vinha adotando e fez um duro discurso contra o presidente Lula.

O tucano apontou corrupção no Executivo federal, criticou o loteamento político de cargos e se utilizou do escândalo do mensalão do PT como argumento. Comparou ainda Lula ao rei francês Luís 14, para quem o Estado era ele próprio.

"Esperamos que os nossos adversários estejam dispostos a fazer uma campanha para discutir programa e não façam jogo rasteiro para discutir dossiê todo dia", disparou Lula, sendo aplaudido por uma plateia de militantes petistas.

O presidente pediu calma a Dilma e Temer: "O bicho vai pegar... a tranquilidade de vocês é o que vai garantir que a gente ganhe as eleições."

Em outro front, com o objetivo de neutralizar as acusações da oposição de que Dilma é uma candidata que não tem um histórico na política para ocupar a Presidência, Lula destacou o acúmulo de "conhecimento e experiência" obtido por ela na passagem da candidata pelo governo. Ela foi ministra de Minas e Energia e da Casa Civil.

"A companheira sabe montar equipe, e o milagre da governança é você saber montar a equipe", argumentou.

Lula disse esperar que a sintonia entre Dilma e Temer seja igual à relação que tem com o vice-presidente José Alencar. "É confiança total e absoluta e harmonia total e absoluta nos bons e maus momentos", ressaltou.

A poucos meses de deixar o comando do país, Lula disse estar realizado e citou algumas conquistas de seu governo. Disse que sua administração criará 14 milhões de empregos entre 2003 e 2010, enquanto na campanha eleitoral ele dizia que o Brasil precisava criar 10 milhões de vagas.

Sublinhou ainda que construirá mais universidades e escolas técnicas do que os governos que o antecederam, e entregará um país com a economia estável e em crescimento. "Este país mudou."

À militância e à coordenação da campanha de sua escolhida para ser a candidata do PT à Presidência, Lula fez um alerta. Afirmou estar confiante com a vitória, mas pregou "humildade" a fim de se evitar "o clima de já ganhou."

"Não existe eleição fácil", resumiu

Fonte: Fernando Exman

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